"...Então seguiram pelo sentido norte e eu, após aquela pequena refeição, me certifiquei a que horas haveria outro ônibus retornando para a cidade, ouvindo do dono do estabelecimento de que o mesmo transporte retornaria lá para as quatro horas da tarde, resolvi aproveitar o tempo e fui conhecer de perto cada detalhe daquele povoado, seus moradores eram muito hospitaleiros, sai conversando com um e com outro, me aproximei de um casal e os acompanhei até o local onde os mesmos mantinham uma horta e o assunto do momento foi sobre a agricultura familiar a qual é uma cadeia produtiva que tem em tudo quanto é lugar, segundo eles, cada um faz a sua parte e no final, dá tudo certo, porém o céu ficou carregado de nuvens escuras, parecia que a qualquer momento poderia chover, mesmo assim ninguém queria parar de trabalhar, pois precisavam plantar as sementes que acabaram de desembarcar de um caminhão junto com outras mercadorias, de repente ouviu-se um estrondo muito forte fazendo clarear as redondezas, e todos ficaram parados apurando os ouvidos para saberem de onde vinha aquele barulho, e lá na frente notei um vulto, apontei para os demais e eles disseram, aquele é João Sabiá, o coitado vinha correndo em disparada, os cabelos arrepiados, os olhos pareciam que iam saltar das órbitas, assim ele gritou,
- Ah, meu povo, qui susto eu tive, eu tou aqui aperriado, mode qui tava longe de casa e do jeito que eu vi a coisa aparicê lá no céu a brilhá, pensei que era o mundo que ia se acabá, apurei bem os meu zóio, fazendo concha das mão, sem podê segurá as perna trambicando de medo, e o meu coraçãozinho querendo me deixá, ói, seu moço, olhando para a minha pessoa, o medo foi tão grande qui perdi o borná das semente, perdi as meia mai num perdi as bota!
Naquele momento todos ao redor deram boas gargalhadas do pobre João Sabiá, e durante a galhofa, alguém falou que o sujeito sujou as calças por causa do medo..."
(Escritora Mj...09/06/2016-Conto em construção)
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